O “Setembro Amarelo” é uma expressão relacionada à conscientização e prevenção ao suicídio, uma campanha nacional dedicada ao cuidado com a vida e a saúde mental e todos os anos é lembrdo em campanhas pela cidade. Especificamente na região Riacho, o “Setembro Amarelo” tem feito diversos alertas e aberto suas portas para ouvir as pessoas.
Embora o “Setembro Amarelo” concentre campanhas e ações de visibilidade, a prevenção ao suicídio é uma prática contínua nas unidades de saúde da região Riacho, acontecendo durante todo o ano, sendo que em setembro esse tema é falado mais enfaticamente.
O psiquiatra Luís Felipe Malaquias, da UBS Novo Riacho, alertou, por exemplo, que até 2030, a depressão poderá ser a doença que mais afetará a população global.
“Quanto mais a gente falar abertamente sobre o assunto, mais as pessoas vão buscar ajuda e atendimento, o que pode prevenir o aumento dos casos. Muitas pessoas ainda pensam que psiquiatra é médico de ‘doido’ e que o Caps é um local apenas para pacientes com transtornos mentais graves”, disse. “Mas não. Cuidamos da saúde mental de forma integral. Qualquer sinal de tristeza persistente, desânimo, isolamento ou automutilação é motivo para procurar atendimento médico e apoio psicológico”, explicou.
A proposta para esse tipo de situação em toda a cidade é manter portas abertas e equipes preparadas durante todo o ano, garantindo acesso à escuta qualificada e ao cuidado integral. É possível buscar ajuda em UBS, Caps, UPA 24h, Samu 192, hospitais e no Centro de Validação da Vida, pelo número 188, número que é gratuito ao cidadão.
Segundo a diretora do distrito sanitário da Administração Regional Riacho, Carolina Castro, todas as Unidades Básicas de Saúde (UBS) da cidade estão preparadas para acolher pacientes com intenção suicida. “Se for necessário, temos psiquiatras em todas as unidades, psicólogos e a equipe de saúde da família está preparada. Mas, caso precise, o paciente pode ser encaminhado para o Caps, que funciona 24h, inclusive aos fins de semana”, afirmou ela.
Números
Segundo o Ministério do Trabalho, mais de 400 mil pessoas foram afastadas do trabalho em 2024 devido a problemas relacionados à saúde mental.
De acordo com dados do Ministério da Saúde, no Brasil, 12,6 homens a cada 100 mil morrem por suicídio, em comparação com 5,4 mulheres a cada 100 mil. As taxas entre os homens são geralmente mais altas em países de alta renda (16,6 por 100 mil), enquanto entre as mulheres os índices são maiores em países de renda média e baixa (7,1 por 100 mil).
Tabu social, especialistas alertam que o rompimento do preconceito é o primeiro passo para que a ajuda aconteça. Isso porque muitas pessoas deixam de buscar ajuda, o que pode agravar seu estado de saúde. Entre 2010 e 2025, houve um aumento de 43% na incidência de casos no Brasil.
